segunda-feira, 3 de julho de 2017

Desfralde

E já passou tanto tempo desde a ultima publicação aqui no blog, digamos que de bloguer tenho mesmo muito pouco (ou nada) , mas eu sou mesmo assim escrevo quando me apatece ou quando acho que devo fazer.
Vamos ao que interessa, o desfralde. Tiramos a  fralda a Carolina assim que fomos a Pediatra ela tinha tido uma candidiase , julga-se que surgiu devido ao antibiótico que tomou no hospital, a médica disse que achava que ela já falava muitíssimo bem e que com esta situação seria uma oportunidade de tirar a fralda.
Pensei e disse para mim mesma, ando aqui a adiar algo que até eu própria acho que ela já está preparada para isso, não por pedir para ir fazer xixi ou coco na sanita (apesar de o ter feito umas duas vezes) mas porque percebia que ela já estava crescida para perceber toda essa mudança, sendo assim tirei a fralda, expliquei que agora teria de fazer no pote ou na sanita, a opção dela foi a sanita, cuecas da minie e patrulha pata para ela achar piada e perder um tempo com ela na sanita.
Primeiro dia um desastre, segundo excelente, terceiro menos bom e lá fomos andando, passada uma semana ainda não sabia muito bem o que pensar, só metia fralda a noite coisa que ela nunca mais fez e mesmo saindo era sempre sem fralda, portava-se lindamente, íamos passear e ela pedia sempre em casa com a brincadeira é que escapava, quando estávamos em casa de alguém com crianças era certo que havia deslizes, fiquei confusa, mas decidi que não a repreendia, ela estava a aprender mostrei confiança e passada duas semanas confirmamos o desfralde.
Se ainda tem algum deslize, sim já teve e ficou extremamente preocupada mas faz parte e aceitamos.
Abril foi o mês que deixamos de ter mais uma parte da nossa bebé, sem fralda, sem biberão, não se senta na cadeira da papá resta-nos a chupeta, minha menina está mesmo uma crescida.

Os único conselhos que dou é que demonstrem que acreditam neles, batam palmas a cada conquista e não stressem porque eles de um momento para o outro mostram como tem de ser.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

caímos e levantamos e por vezes voltamos a caír...

Os dias passam e poucas coisas mudam cá dentro de mim, as imagens, o medo as duvidas não se dissipam, vivem dentro de mim como se tivesse sido tudo ontem.
Faço o esforço mas é impossível não temer o que quer que seja na mínima queixa, redobram-se os medos e lá tivemos nós de voltar  ao mesmo sitio, para já duas vezes seguidas por razões diferentes da primeira mas com duvidas, as dores dela eram em dobro na minha alma e  no meu coração de mãe.
Mas porque raio tem uma mãe de ver um filho sofrer? não, isto jamais devia ser permitido, é doloroso, corroí, ficamos pequeninas e sentimos que somos incapazes.
Aiii vida, queria tanto poder mudar, queria voltar com o tempo atrás e viver com aquela alegria, inocência e certeza que a vida era colorida, não via muito tristeza, não via o lado menos bom com narizes entupidos, umas tosses e pouco mais vai se gerindo as emoções, conseguimos articular os sentimentos e tudo volta ao mesmo, mas com o que vivemos isso não é possivel, queimou, marcou ferida e está aqui para ficar para a vida.
Continuo na esperança e no sonho que o pesadelo fico no cantinho dele.
Esta imagem transmite-me tudo o que viviamos antes, é nesta imagem que me agarro muitas vezes, um dia feliz, um dia em que sonhei te ver mulher vestida de branco e radiosa, um dia em que te vi com os meus sonhos vestidos, dois sonhos juntos, num amor só e tu em plena alegria, liberdade, gargalhadas sonoras, abraços cheios de felicidade e de gratidão.

 Mais um dia que me leva com muitas dores mas esperança que tenha sido só mais uma "coisita" sem importância.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Vacinação

Ora então vamos ao tema do momento, vacinação. Não consigo fugir do tema é mais forte que eu, ora eu que nem sou de apontar o dedo a nenhuma mãe ou pai, isto tem de ser falado.
São os filhos deles que não são vacinados mas todos estão em risco com estas atitudes, e nós mães que nos preocupamos com a saúde dos nossos, mexe cá com os miolos.
Mas porque raio foi cair isto em moda? e não me venham com estudos sim? acham mesmo que isto é só interesses farmacêuticos? ora vamos lá voltar atrás no tempo e falar de epidemias, quantas crianças não morriam? querem mesmo voltar atrás? querem ser assim tão negligentes? querem ter o peso da consciência pelos vossos e pelos outros que sofrem com estes surtos?
Sinceramente não consigo perceber, não consigo jamais colocar isto como normal na minha cabeça, estamos a falar de vidas caramba, devem achar que o estado e nós pais que pagamos pela vacinação somos ricos, temos vontade de gastar dinheiro e ainda por cima temos todos vontade de ver os filhos a chorar, ganhar febres e dias de irritabilidade, somos todos uns tolos que cá andamos mas pelo menos somos conscientes que estamos a fazer o melhor por eles e pelos os que nos rodeiam.
Sim, sou a favor que se torne obrigatório a administração das vacinas, pela saúde publica devia ser já colocado em prática, não querem administrar? arranjem um pedacinho de terra para vocês que de medos, noites sem dormir e coração nas mãos já temos nós mil e um motivos e dizemos um já chega não queremos mais por favor. 


segunda-feira, 17 de abril de 2017

A Páscoa e o que desejamos dela

Para além do que representa para mim a nível religioso é para mim mais um momento de partilha em família, mais um dia de valorização das pessoas que nos são importantes, trocamos mimos com os nossos padrinhos, recebemos Cristo e partilhamos esperança.
Esta Páscoa foi mais um momento de emoção, ter gratidão pela vida e por estarmos vivos e poder viver estes momentos é um dom. 
Desta vez recebemos duas vezes o compasso em casa dos meus sogros, a primeira foi crua com pouco sentimento, confesso que fiquei triste, faltou estarmos ali a viver o momento da chegada de Cristo, mas a segunda foi especial, mas porque não é sempre assim? Era um dos amigos do meu sogro e fizeram questão de lá passar, entraram com alegria, a cantar, todos cantamos, lemos, e o sogro (dono da casa) levou a cruz até cada um de nós, a Carolina não deu beijos deu miminhos com a mão  (um gesto muito comum dele), um bom momento de partilha, que apesar de curto acredito que só assim faz sentido, a igreja devia ter disto, alegria, confraternização, cantar, abraçar, partilhar isto é religião, estar de corpo e alma uns com os outros. 
Tivemos muita comida, ohhh excessos, sim foram muitos mas a vida também é isto, foi um dia, e os seguintes e os de antes com as amêndoas  mas isso também não interessa nada.  
Estamos a viver um dia de cada vez, e a operação bikini lá terá de passar para o próximo ano que este só de fato de banho ahhhh.
Desejo que a vossa Páscoa esteja a ser assim, muito especial. 







terça-feira, 11 de abril de 2017

E tudo mudou

Foi com o episódio que vos contei que a nossa vida mudou, aumentou o nosso alerta, aumentaram as duvidas, aumentou a vontade de viver, de ter momentos nossos, de estar com os que nos amam e começamos a ver a vida de outra forma.
As nossas noites mudaram, a Carolina adormecia na caminha dela e por volta das 4/5 horas lá vinha ela para a nossa para o mimo, agora está no nosso quarto, acordo vezes sem conta por noite, toco nela, sonho com ela, sinto sempre o coração pequenino quando chega a noite, o fantasma está aqui presente, não consigo deixar, aparece muitas vezes e eu tento só agradecer por tudo estar bem mas as emoções as vezes não me deixam ficar por aí.
Continuamos a viver um dia de cada vez e usufruir da menina maravilhosa que és, o doce, brincalhona, faladora, expressiva que só tu nesse jeitinho de ser encantas todos a tua volta.

Obrigada por essa tua luz minha boneca de cristal.
Foto:Mémoire Foto

sexta-feira, 31 de março de 2017

O susto das nossas vidas

Foi na madrugada de sexta feira (24 de Março 2017) que o meu coração de mãe se partiu em mil pedaços.
Um dia normal, uma criança feliz, pais atarefados com trabalho, um dia que infelizmente não se proporcionou muita brincadeira, o nosso trabalho absorvia o nosso dia e cansados o pai deita a Carolina e a mãe ainda a termina o seu trabalho.
Eu subo para o quarto, falo um bocadinho com o pai que ensonado já só ouve metade, eu no meu ritmo normal antes de dormir tento fazer os meus agradecimentos, os tais que nunca conseguia terminar estava demasiado inquieta. Começo a ouvir um barulho, uma espécie de humm, o meu coração disparou e dizia que algo não estava bem, tão depressa sinto isto como já estou a entrar no quarto, meto a minha mão porque a minha visão com a diferença de luzes não via nada a frente, sinto algo humido, acendi imediatamente a luz da mesa de cabeceira, e vejo a minha filha toda vomitada, um corpo duro, olhos de lado e baba a cair pela boca, gritei, gritei com todas as minhas forças, a minha alma estava a morrer a cada segundo, julgei o pior, o marido vai ao quarto e pega nela que já esta ao meu colo, diz que está a respirar, eu tento reanimar, falo com ela, olho nos olhos dela, continua o olhar ausente e de lado, ligo para o 112, explico o que estou ver, após procedimentos esperamos o inem.
O INEM chega e estamos ali, a chorar como nunca na nossa vida, pedi a todos os santos e anjos para estarem com ela ali, pedi para trocar com ela, cada minuto daquele sufoco foram dias que perdi de vida.
Dizem que começa a reagir e que é uma convulsão, estivemos ali parados, tempo demais, jamais permito que isto aconteça.
Seguimos para o hospital, vou ao lado dela e a falar, continua o mesmo olhar mas mexendo os olhos, pedem para eu me acalmar porque ela sente tudo, mas como é que alguém se consegue acalmar perante este cenário?
Chegamos  primeiro foi a picada da glicose e entra imediatamente para a sala de emergência, após a primeira aplicação da mediação e nenhuma alteração pedem para sairmos, estivemos ali a ver a entrar e sair médicos e enfermeiros, e nós os dois ali agarrados ás lágrimas, sem perceber o porque daquilo tudo, o sentimento de impotência começa a apoderar.
Após 3 tomas passa por completo (2 horas no total desde que a vi) e adormece, dizem que vão fazer uma TAC e dependendo do resultado que poderá ter de fazer uma pulsão , ela segue para a sala a dormir nem se apercebeu o que fizeram.
Entre análises e TAC estamos ali ao lado dela e  sabemos que ambos estão bem, dizem que vão fazer a pulsão e que provavelmente ela iria chorar, pedem para sairmos e aqui entre lágrimas de pavor pelo exame eis que ela solta um "eu que o papá"," eu que que mamã", " "laga o meu baço", ela falou? ela falou meu deus.... entre muitas palavras e gritos dela mais um exame feito.
Seguimos para a sala de OBS e assim foi durante o dia de sexta, EEG feito para mais um despiste e estava ela ali  monitorizada e a pedir-me para sair dali, queria tirar tudo, queria se levantar, foi tão mas tão difícil.
Após verem toda a evolução dela seguimos para o internamento e permanecemos até terça feira, apesar de algumas dores nas costas a evolução foi óptima, continua a mesma menina.
Estamos agora sobre vigilância e com muita fé que seja só um dos muitos casos isolados que acontecem ( sem explicação) ou epilepsia.


Isto mudou a nossa vida e não só, mudou a dos muitos amigos e familiares que estão conosco.
Aproveitem a vida e vivam um dia de cada vez, este é mais que nunca o nosso lema de vida.

No nosso coração fica um agradecimento enorme a todos os profissionais do Hospital de Gaia que foram maravilhosos, pelo profissionalismo, carinho, apoio e por estarem ali sempre e claro aos nossos amigos e familiares que nos ampararam que nos deram força, aos que nos abraçaram mesmo sem estarem presentes, aos que estiveram conosco.  
A nossa familia está envolvida em amor, vocês são mesmo os melhores! Gratidão a vida por tudo, eu fui ao quarto dela e foi "só isto".




terça-feira, 31 de janeiro de 2017

1 ano de uma vida diferente

Terminamos hoje o mês de Janeiro e recordo que há um ano atrás este foi o mês que marcou uma grande mudança.
Levo um ano de dedicação ao meu projecto, um ano de mudanças em mim, na minha família e no meu dia a dia.
Dediquei muito mais de mim aos meus sonhos, aos meus e especialmente a mim.
Olho para mim e vejo uma mulher feliz, a caminho de uma grande realização pessoal, sem vontade de parar, de correr atrás dos objectivos, com poucos medos e mais certezas, com muitos sonhos, com projectos, com mil ideias e com mais amor.
Agradeço todos os dias por ter encontrado a área que me faz feliz e ter deixado de me sentir incompleta, andava sempre numa busca constante.
 Sempre tive uma certeza desde criança, dizia aos meus pais que "um dia vou ter o meu negocio" mas não sabia em que área, nunca me saiu da cabeça, sabia que na altura certa as coisas acontecem e assim foi, cá estou eu, um ano dedicação a um projecto que tem alma e coração.
O sucesso é impossível quando estamos sozinhas, precisamos sempre de pessoas ao nosso lado, eu tenho as melhores, tenho um marido incrível,  uma filha que pega nas minhas roupas e diz "que lindo mamã", ela nem sabe quantas vezes olho para ela e "salta" uma peça na minha cabeça, tenho amigos maravilhoso (são mesmo os melhores, a minha família  sem ser de sangue) e tenho colaboradoras que fazem as peças com tanto daquilo que eu gosto, sentem tanto orgulho como eu, somos uma pequena grande equipa.
As mudanças a nível pessoal têm acompanhado toda esta mudança, desvalorizo muito mais o que não importa, sou mais prática, mais sensitiva  (ainda mais), ouço muito mais o meu sexto sentido ele andava aqui a "berrar" comigo e já fizemos as pazes.
Voltei ao yoga, reiki e meditação, e tantas experiências boas tenho tirado, vou partilhar convosco em breve uma meditação que tenho feito (sei que algumas pessoas que seguem o blog gostam de meditação) e tenho adorado, com todas estas boas energias a minha volta tem vindo umas pessoas maravilhosas a minha vida, realmente recebemos aquilo que damos ao universo.
Resta dizer venha mais um ano de luta que apesar de muitas vezes ser difícil (nem imaginam), estou preparada para com muito trabalho e com muita boa energia vencer, sou assim, não sou de me lamentar do menos bom, tudo tem a importância que lhe damos, a teimosia tem coisas boas :)

Créditos:Mémoire